sábado, 29 de junho de 2024

Bike Fest Tiradentes

Neste final de semana acontece o XXXII Bike Fest Tiradentes. Ficamos sabendo há algumas semanas e por isso resolvemos tentar ir. Cheguei a avisar o Samuel e o Thiago e também o pessoal do grupo de moto do Whatsapp. É um evento geralmente bem organizado e muito lotado. Por isso, a organização pede que os participantes façam uma inscrição gratuita através da internet para terem acesso aos estandes do evento.

Acabou que o pessoal estava bastante enrolado nesse final de semana. Mesmo o pessoal do grupo estava com programações diferentes para ir ao evento. Além disso, na sexta-feira apareceu uma oportunidade de trabalho com fotografia para a Rochelli em uma festa no sábado, justamente o dia em que estávamos pensando em ir a Tiradentes, por ser a folga dela. Bem, como todos os arranjos estavam indo por água abaixo, olhei para a minha própria programação. Como passear de moto me faz bem, ir sozinho a Tiradentes e dar uma olhada no encontro por lá é muito melhor do que ficar em casa jogando alguma coisa ou adiantando trabalho. Os trabalhos de áudio estavam na fase inicial (envio das amostras) e já tinha vencido as provas e recuperações da escola, viajar de moto estava na jogada, ainda mais que, no ano anterior, não aproveitei nada direito.

Encontros de moto não são o meu tipo de passeio favorito. Muito porque geralmente são muito parecidos e aí você acaba visitando um monte de cidades, mas vendo basicamente as mesmas coisas: motos, anéis, caveiras, camisas pretas com estampa engraçada, etc. É claro que os encontros dão uma boa estrutura de alimentação e banheiros em pequenas cidades que geralmente não contam com isso de maneira acessível e pública. O que eu gosto mesmo é da estrada, dos caminhos e da simplicidade das pequenas cidades, com suas pequenas vendas, lanchonetes e praças. É o inesperado também, de encontrar um bom lugar para comer, um parque ou uma praça diferentes e, claro, curtir as mais diversas estradas com serras, vales, campos, matas...

O Bike Fest Tiradentes, contudo, é diferente. Tem o lado negativo de ser absurdamente lotado e elitista. Tudo muito caro, como tudo em Tiradentes atualmente. Mas tem o lado bom de contar com uma estrutura muito diferenciada dos encontros "normais" e grandes estandes com a nata dos lançamentos das principais marcas. Além disso, tem praças de alimentação com muita coisa diferente e lojas de roupas e acessórios muito acima do padrão.

Tinha a ideia de ir mais cedo e até mesmo fazer um piquenique com a Rochelli até que o evento dos estandes começasse, às 11h. Mas, como iria sozinho, levei só uns biscoitos para servir de lanche caso precisasse.

Na moto, uma novidade: finalmente consegui adaptar o bastão da GoPro no baú central da Ténéré. Não ficou lá muito bonito, mas com certeza firme e funcional. Iria tentar gravar uma partes da viagem com a câmera posicionada lá atrás e, depois, fazer algum ajuste necessário.

Saí por volta das 9h pegando a BR-265. O dia estava muito bom. Seco e com sol entre algumas nuvens. Temperatura bem amena, quase friozinho. Como esperado, muitas motos pelo caminho. A estrada já é conhecida e recentemente visitada, então não merece grandes comentários aqui. A única observação é que, um pouco depois de Barroso o trânsito estava muito parado: sinal de acidente e grave. As motos conseguiam ir passando as grandes filas e em pouco tempo cheguei ao local. Uma batida de uma carreta com um pequeno carro, que praticamente desapareceu na frente do caminhão. Imaginei logo que era um acidente provavelmente com vítima fatal (o que confirmei através dos jornais quando cheguei em casa). Parecia ser um daqueles acidentes causados por alta velocidade e ultrapassagem proibida, mas pode ter tido outras causas.

Chegando em Tiradentes, já era possível ver a grande aglomeração que seria logo na entrada da cidade. Muitas motos se dirigiam ao centro histórico. Consegui parar a Ténéré ao lado de outras motos em um ponto próximo à rodoviária, que tinha se transformado na seção de manutenção e peças do evento. Saí, dei uma rodada pela praça principal, já bem cheia, e com mais gente chegando incessantemente. Como não estava ainda na hora da abertura dos estandes principais, localizados no hotel Santíssimo, voltei para a região da manutenção perto de onde estava parada a Ténéré. Para meu espanto, pessoas de controle do trânsito não estavam deixando ninguém mais parar onde eu havia parado. Normalmente é um local realmente proibido (existe uma placa), mas nesses eventos, com o impedimento do trânsito e a permissão para um grande número de motos, acaba que todo mundo para em um monte de lugares normalmente restritos ou proibidos. Não gosto de dar bobeira, claro. Observei durante um tempo e vi que colocaram cones e faixas bem ao lado da minha moto e não encrencaram com quem (como eu), já estava parado ali. Bom então. Fiquei mais tranquilo. Aproveitei para me sentar e pedir um ótimo hamburguer artesanal na praça de alimentação montada ao lado da seção de manutenção. Os preços não estavam tão caros por ali e o hambúrguer estava ótimo.

Depois das 11h, voltei ao Santíssimo para dar uma olhada nos estandes principais das montadoras. Muitas filas na entrada e um verdadeiro "mar de gente". Mas a organização era boa e as filas estavam em movimento constante. Deu para entrar em pouco tempo e ver tudo com calma. Muitas motos diferentes. Grandes marcas: BMW, Harley-Davidson, Ducati, Honda, KTM, Royal Enfield... Parece que a Yamaha nunca está presente (não estava da outra vez em que fomos). A estrutura do evento realmente é invejável: estandes impecáveis, lojas de acessórios, ótima praça de alimentação, palco não apenas para shows, mas também para palestras sobre pilotagem e segurança, além de bons banheiros. Apesar da grande lotação, dava para andar e ver tudo.

Após ter ficado pelo tempo que achei suficiente, saí do local dos estandes e, ao retornar para a moto, ainda parei para tomar calmamente um açaí. Realmente fui a uma cidade que estava bem agitada pelo evento, mas eu havia tirado o dia para mim, como sempre, para andar de moto e curtir. Assim, o bom era manter o ritmo desacelerado (até para contrastar com a rotina do dia a dia).

Já na parte da tarde, era hora de voltar. Peguei a Ténéré, cuja vaga foi ocupada quase que instantaneamente logo que saí, por um motociclista que já havia perguntado se eu estava de saída, e tomei o rumo de casa. Fiz ainda mais alguns testes com os posicionamentos de câmera e tirei algumas conclusões de possíveis melhorias nos ângulos.

O retorno foi bem tranquilo, ainda cruzando com muitos motocilistas indo para o encontro e logo imaginei que a cidade ficaria ainda mais entupida até à noite. O local em que houve o acidente já estava limpo dos destroços, com o grande caminhão encostado ao lado da via. Uma grande mancha de óleo ainda ocupava toda faixa por onde eu passaria, o que me fez desviar pela contramão, com a segurança de não ter ninguém vindo, e evitar o piso possivelmente escorregadio.

Cheguei em casa tranquilo, descarreguei a moto e tomei um bom banho. Tudo isso faz parte da "terapia" de se pegar uma estrada. Bom conseguir se manter em um estado mental de tranquilidade mesmo diante do frenesi do encontro de Tiradentes. Um ótimo encontro, por sinal, mas que acaba não tendo muito a cara de quem, como eu, busca mais sossego e simplicidade.












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