sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Caquende

Hoje foi um dia de viagem solo. O Samuel me avisou que estava um pouco doente e a Rochelli também teria compromisso. Não é todo mundo que tem a sorte de poder dar uma escapada na sexta-feira, não é mesmo? Apesar dessa bela folga, trabalho no sábado. kkkk

Bem, escolhi um destino sobre o qual já estava curioso há algum tempo. Além disso, seria um destino com um bocado de offroad. Queria ver de perto o lago da represa de Itutinga, formado pelo Rio Grande. E gostaria de fazer isso a partir da localidade do Caquende, na rota do Caminho Velho da Estrada Real. Mais uma vez percorreria a BR-265, que já tem se tornado uma velha conhecida também, mas, em compensação, a partir do trevo para a estrada de chão, seria tudo novidade.

Programei-me para sair por volta das 8h da manhã, mas acabei acordando cedo (síndrome de professor do turno da manhã) e comecei o passeio às 7h e poucos. Tinha abastecido a Ténéré na véspera, o que tornou a saída ainda mais rápida.

O tempo não estava lá muito bom: tudo muito nublado e ainda bem frio. Ao menos, não havia possibilidade alguma de chuva segundo a previsão. Bom, pois queria realmente encarar um off maior, mas não estava disposto a travessar lamaçais ou correr o risco de ficar preso em um lugar ermo.

A 265 estava bem movimentada, até, com muitos caminhões. Mas a Ténéré em modo solo é bem esperta para fazer as ultrapassagens com muita margem e segurança. Estrada simples, mas com um bom piso, que permite andar legal. A temperatura foi esquentando na medida em que eu descia (Barbacena é um ponto alto na região) e o sol ia saindo, timidamente.

Depois de passar pelo trevo de Tiradentes, pelo contorno de São João del-Rei e também pelo trevo do pequeno distrito de Rio das Mortes, que tive oportunidade de visitar recentemente, resolvi que um bom lugar para tomar um cafezinho seria o também distrito de São Sebastião da Vitória, pois nunca havia parado ali. Acabei mantendo a regularidade: pão de queijo (recheado com linguiça) e café com leite. Eita lanche mineirinho!

Depois da parada, segui viagem até um dos trevos de acesso para o Caquende, com saídas à esquerda. Optei por entrar no segundo, que me pareceu um traçado mais interessante quando olhei nos mapas na véspera. A estrada de terra é bem larga e bem cuidada, permitindo andar bem rápido em alguns trechos. Grandes fazendas ficam nas suas margens e este deve ser o motivo para este estado. É um caminho muito bonito mesmo, com partes altas alternando vales, com subidas e descidas. Tudo estava muito seco e havia muita terra, pó e inclusive alguns bolsões de areia, deixando algumas partes escorregadias e bem técnicas (principalmente nas partes mais íngremes). Na chuva, com tanto pó fino sobre uma terra bem compactada pelos caminhões agrícolas, a estrada deve ficar um verdadeiro sabão.

Na descida para um dos vales, cheguei à comunidade quilombola da Jaguara, onde parei próximo a uma pequena igreja para conhecer e tirar algumas fotos. A singela igreja repousa no centro da pequena comunidade, como já é de praxe. Retomando a viagem, uma subida acentuada e cascalhada (escorregadia, portanto) me levou para outras partes bem altas da estrada, num trecho mais longo de terra. Lá, dos pontos altos, pude já ver o grande lago da represa e também o paredão da serra de Carrancas ao longe.

Próximo ao destino, a estrada desce através dos morros e mata-burros para chegar ao distrito do Caquende. Esta era uma localidade atendida pela Estrada Real, juntamente com a Capela do Saco, separadas em margens opostas quando da construção da barragem de Itutinga, que represou o Rio Grande e criou o grande lago artificial.

Encontrei o pequeno distrito completamente parado, com casas fechadas e pouquíssimas pessoas em suas ruas de terra. Fiquei inicialmente surpreso porque, talvez por se tratar de uma localidade situada à margem de uma represa importante e bem famosa na região, achei que houvesse mais estrutura ou ao menos mais movimento de pessoas. Bem, talvez seja movimentado aos finais de semana. Parei no centro, próximo à igreja (que surpresa...) onde registrei a chegada em fotografias. Segui a rua principal, que consistia em duas trilhas (daquelas com matinho no meio) e cheguei bem à beira da represa, num local chamado Porto da Anita. Trata-se de um porto secundário, pois sabia que em um outro atracadouro, mais ao sul, opera um serviço de balsas entre Caquende e Capela do Saco. Contudo, resolvi ficar por ali, que era aquele tipo de lugar que tem uma paz que a gente não encontra muito facilmente no dia a dia. O interessante de represas em nossa região é toda aquela água (com a qual o bom mineiro não se habitua) com o sentido de um passado histórico ali, submerso. Sentimento semelhante ao de quando fomos em Dores do Paraibuna, porém com um passado mais remoto, ligado ao ciclo do ouro e ao início da ocupação do sertão mineiro.

Como havia tomado um bom café na ida, ainda estava sem fome. Havia uma pequena venda/lanchonete na praça principal aberta, com algumas pessoas. Depois de passar um bom tempo junto à represa, voltei ao centro, mas o que me chamou a atenção mesmo foi uma árvore enorme, em cuja sombra parei, curtindo mais um pouco o singelo distrito, antes do meu retorno.

A volta a Barbacena foi pelo mesmo trajeto, pegando aquele terrão, passando novamente pela Jaguara. A Ténéré não reclama, nem eu. Moto suja, alma lavada.
















sábado, 20 de agosto de 2022

Custou mas foi...

Essa postagem demorou gente. Mas não por ser menos importante. É porque sou preguiçosa mesmo, kkk Dessa vez o passeio foi de carro, para o festival gastronômico de Tiradentes. Eu, Felipe, minha mãe, minha tia e o namorado da minha mamis. Galera toda no Fiestinha. Foi guerreiro, nunca decepciona.  Minha tia Nara terminou o curso de cozinheira, então nada mais justo do que levá-la ao melhor festival gastronômico da região.

Chegamos lá e já estava lotado como sempre. Custamos a encontrar uma vaga. Achamos. Fomos rodar pela cidade, afinal, minha mãe e minha tia nunca estiveram lá. Muito comida diferente, aparentemente muito boa, porém todas caras. Tiradentes sendo Tiradentes. Fomos na feirinha, passamos nos stands, assistimos um pouquinho de curso ao vivo do Senac. Tudo muito bem produzido e planejado. Começamos a procurar lugar para almoçar, pois a fome bateu muito forte. Em todos, kkk.

Encontramos um restaurante mexicano, topíssimo. Tivemos que convencer minha tia, que é muito resistente a comidas diferentes assim. Mas todos nós comemos e adoramos. Recomendo muito. Rabanero o nome do restaurante, em frente ao hotel Santíssimo.

Após o almoço rodamos mais um pouco, fomos nas igrejas. Voltamos para o centro, compramos sorvete e... Partiu casa. Felizes e muito satisfeitos! Sempre bom eventos em Tiradentes, mesmo sendo de elite.

Beijoss




sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Cicerone de estrada

Sexta-feira, dia já tradicional de pegar a estrada. Quando fomos a Vitorinos, o Samuel havia me dito que estaria de férias também nas próximas sextas-feiras e então deixamos combinado mais um passeio. De vários destinos interessantes, com estradas bem legais para ele conhecer, fechamos Lagoa Dourada, através da bela estrada MG-275, que passa por Carandaí.

Saímos por volta das 8h a partir do mesmo ponto de encontro, o posto Petrobrás do Belvedere. Pegamos a BR-040 e seguimos no sentido norte, para Ressaquinha e Carandaí. O dia estava incrível: tempo ameno com um dia completamente ensolarado. A 040 estava com um fluxo médio, o que permitiu darmos uma boa esticada nas motos. A CG-160 Fan do Samuel fez bonito na estrada. Leve, ágil e com uma potência bem legal para uma 160. A Ténéré, com toda a parafernalha colocada ao longo dos anos, mais a resistência imposta pelos baús laterais (levados por um nobre motivo), estava com um desempenho semelhante, kkkk. Bem, passeios e viagens de moto não são sobre velocidade, mas sobre apreciar as estradas. Mais tarde, fiquei ainda mais perplexo com a autonomia da pequena notável do Samuel: 600 km!

Depois de Carandaí, continuamos pela estrada estadual que já é uma das minhas preferidas. Passagens altas com vistas para a Serra de São José, ao longe; vales com grandes fazendas e um traçado que parece ter sido feito sob medida para motocicletas. Tenho certeza de que o Samuel curtiu, afinal, a escolha da rota foi completamente intencional.

Chegando em Lagoa Dourada, fizemos um pequeno tour pela parte alta das antigas igrejas, com uma breve parada para trocar as impressões sobre a rota e as pilotagens, além de alguns detalhes sobre as motos. Descemos para o centro e, lógico, para a objetivo obrigatório: rocamboles. Daí o motivo dos baús extras. Lanchamos, compramos alguns legítimos rocamboles de Lagoa Dourada e decidimos que era hora de voltar.

O retorno se deu pela mesma rota, por escolha do Samuel, que teria oportunidade de curtir novamente aquela ótima estrada, além da maior velocidade, posteriormente, na 040. No retorno, fizemos ainda algumas paradas na localidade de Arame (para trocar a bateria da GoPro) e em Carandaí (por causa de algum problema com as luvas do Samuel). Ah, foi legal poder fixar uma das GoPros na CG desta vez, possibilitando uma nova perspectiva para fotos. Vou pensar em mais formas de compartilhar as câmeras, gerando novos ângulos nos registros dos passeios.

É isso aí. Um passeio rápido remetendo à essência do motociclismo: boas estradas sem horários, rotinas ou compromissos. Liberdade.