domingo, 17 de janeiro de 2021

Procurando cachoeiras

Hoje foi dia de retornar às estradas. Como sempre, de forma meio improvisada, meio tímida, por conta da pandemia de Covid-19 (e seu agravamento em nossa região).

Minha lindinha havia conseguido uma folga no regime de plantões no hospital onde trabalha e decidimos que seria uma boa deixa para um passeio. Contudo, ela acabou trabalhando como fotógrafa em um casamento na véspera (sim, as pessoas ainda casam na pandemia e - pasmem - fazem festa para valer) e uma saída muito cedo ou um trajeto muito longe poderiam ser muito complicados.

Também por conta da situação em que vivemos atualmente, é muito difícil saber como estarão os destinos que procuramos, o nível de cuidado, de acesso aos lugares. Somos bem preocupados. Não queremos nos colocar em risco; muito menos as populações locais.

Bem, ao acordar neste domingo, a Rochelli lembrou de um lugar pelo qual passou para fotografar alguns casamentos, próximo a Alfredo Vasconcelos, denominado Peixoto, cuja estrada tinha acesso a alguma cachoeira, e da localidade do Potreiro, em que havia algum lugar arejado para almoçarmos.

Saímos por volta das 10h em direção à BR-040 e percorremos o curto trecho até Alfredo Vasconcelos. Lá, pegamos o acesso à localidade de Potreiro, onde talvez fôssemos conseguir algum lugar para comer. Antes que de chegarmos, contudo, minha lindinha sugeriu que saíssemos da estrada principal para pegarmos uma das estradas vicinais que levariam à localidade do Peixoto. Pelas suas lembranças, duas cachoeiras com fácil acesso estariam no trajeto: a cachoeira do Américo (conhecida pelos locais como cachoeira do Amerco) e a cachoeira do Peixoto.

A estrada, de terra, estava em boas condições, provavelmente cuidada em razão dos produtores agrícolas da região. Passamos por inúmeras fazendas com plantações e pomares. No entanto, não sabia o que encontraríamos pela frente, uma vez que eu não havia mapeado a rota na véspera, como geralmente faço. Em se tratando de uma região de escarpas e descidas da Serra da Mantiqueira (área leste de Barbacena e Alfredo Vasconcelos), fiquei cabreiro com relação à possibilidade de deterioração do estado da estrada devido ao grande volume de chuvas e também com relação ao surgimento de subidas e descidas íngremes ou escorregadias.

Seguimos pela estrada e alcançamos a tal cachoeira do Américo (que é mais uma pequena queda d'água e um local aparentemente destinado a pesca). Não achamos legal parar e continuamos. Depois de rodar um bom trecho, nada de outra cachoeira. Encontramos com um grupo de ciclistas que nos informou sobre a proximidade da localidade do Peixoto, logo a frente na estrada principal mesmo. Não sabiam nada sobre uma tal Cachoeira do Peixoto. Prosseguimos.

Chegamos na pequena localidade, realmente muito diminuta. Engraçado foi notarmos, além da falta absoluta de cuidado com a pandemia, que na maioria das casas que tinham garagens voltadas para as ruas, em seu interior não havia carros, mas sim tratores! Muito legal. Paramos para pensar no que faríamos: voltar pelo mesmo trajeto, continuar buscando a cachoeira (mesmo sem qualquer referência) ou ver outra rota. Consultando o Google Maps dos nossos telefones, percebi que a estrada vicinal pela qual chegamos continuava até a cidade de Ressaquinha. Como as condições da estrada se apresentavam boas até ali, resolvemos seguir em frente.

Passamos por paisagens bonitas e bucólicas, as quais não conhecíamos em um trecho tão próximo a nossa cidade. A estrada realmente era boa e ficou ainda mais bem cuidada nesta parte. Em pouco tempo, chegamos a Ressaquinha e retornamos pela BR-040. Como não havíamos conseguido encontrar um bom lugar para almoçar, resolvemos parar na tradicional Roselanche, no retorno, já em Barbacena.

Depois da parada, era voltar para casa e para a rotina (ainda muito estranha). Voltamos, contudo, mais leves e revigorados, como sempre.