domingo, 21 de maio de 2023

Motofest São Brás do Suaçuí

Desta vez a oportunidade de passeio surgiu a partir do convite do pessoal do grupo de amigos da estrada, no Whatsapp. A Rochelli estaria de serviço e, infelizmente, não poderia ir. Contudo, seria uma boa oportunidade de dar uma rodada para espairecer, além de ser mais um tempo para conhecer o pessoal.

Como já estava sendo falado no grupo, haveria um encontro de motociclistas de um dia chamado Motofest na cidade de São Brás do Suaçuí, que visitamos em 2019. Com o destino definido, logo cedo no domingo saí para a bastecer a Ténéré e encontrar o povo na Roselanche, onde fui o primeiro a chegar. Logo logo, os demais foram chegando: Alex, Maria, Paulo, José Renato, Patrick... A maioria estava com garupa, mas alguns, assim como eu, faríamos o passeio solo. Coloquei minha playlist de viagem para tocar no meu comunicador e pegamos a BR-040.

O dia estava perfeito, com céu completamente azul. E a estrada não estava tão movimentada, talvez por ser domingo. Paramos no Carroção, uma parada um pouco depois da cidade de Carandaí. Nunca havia parado lá e achei bem legal e o gerente (ou dono) do estabelecimento fez questão de nos mostrar que também serviam almoço em um outro espaço contíguo, tipo um salão, com um grande fogão a lenha. Ficou tão animado que nos ofereceu uns torresmos como cortesia. Isso é que é estar em Minas Gerais! kkk.

Seguimos viagem passando por Pedra do Sino, Cristiano Otoni e Conselheiro Lafaiete. Quando alcançamos o trevo de acesso a São Brás do Suaçuí, para pegarmos a MG-155, ficou uma dúvida de qual perna do trevo deveríamos pegar, se antes ou depois do viaduto. Dúvida solucionada (a entrada era depois, para pegarmos a mão correta), seguimos. Passamos em frente à bela Fazenda Paraopeba na larga estrada e, em pouco tempo chegávamos à cidade. Paramos no primeiro posto que encontramos, pois aparentemente o Paulo precisava abastecer sua moto. A cidade parecia repleta de motociclistas, o que era possível notar pelo tráfego em frente ao posto, quase que exclusivo de motos.

O encontro estava muito legal e bem organizado, com barraquinhas de comidas ao longo da rua à direita da igreja matriz e um palco ao fundo de uma praça. Havia também o lançamento de um chope sem álcool para os motociclistas. Muitas motos diferentes, de todas as cilindradas e estilos possíveis.

Rodamos pelo evento e aproveitei para ir conhecendo melhor a galera do grupo. Comprei um pastel e uma garrafa d'água e o Patrick, do nosso grupo, pediu-me um espaço em um dos baús da Ténéré para guardar uma blusa da Marta, que havia chegado com o Pablo, um pouco depois da gente na cidade. Fui até a moto, encontramos os dois e guardei seus pertences no baú. Voltamos ao centro do evento e ficamos conversando todos mais ou menos juntos, trocando ideia sobre o evento, viagens e, é claro, motos.

Um tempo depois, fui com o José Renato comprar um pão de queijo e dei falta da minha carteira! Sempre fico com ela na minha cartucheira, do lado direito do corpo. Meu celular estava lá, mas não a carteira. Muito estranho! Avisei o pessoal e tentei refazer meus passos. Depois de comprar o tal pastel, fui apenas na Ténéré para guardar as coisas no baú e dei uma volta em frente à igreja principal para tirar umas fotos. Não sentei em lugar algum e não tirei a carteira para nada. Ter sido furtado era uma possibilidade, porém muito improvável, pois a cartucheira é justa, rente ao corpo e, mesmo que tivesse ficado aberta, sentiria se alguém puxasse qualquer coisa de dentro dela. 

Com apoio do pessoal, fui até o palco e a organização do evento. Fato é que, no palco, um cara que arrumava os cabos falou que uma carteira havia sido achada por uma menina, que tinha ido almoçar, mas já voltaria. Fiquei muito animado e pedimos para que alguém anunciasse com o som do palco. Outro cara prontamente apareceu, dizendo que a carteira estava com os tios dele fazia já quase duas horas! Minutos depois, eles chegaram e a tia dele contou que estava me procurando por todo o evento, depois de ter visto a minha foto na CNH. Caramba! Dei muita sorte! A carteira deve ter caído depois de ter pagado o tal do pastel, pois estava com um monte de coisas nas mãos (pastel, água, chaves dos baús) e andando em direção à moto.

Dei sorte também por ser um evento de motociclismo, em que a galera meio que forma uma comunidade, e de ter uma organização zelosa. Fosse um dia comum em São Brás, provavelmente nunca encontraria a carteira, o que me traria inúmeros transtornos. Com a dita cuja muito bem guardada e a consciência agora sim tranquila, fui finalmente comprar o tal pão-de-queijo (o Zé Renato até ofereceu para comprar antes, mas, com a preocupação, a fome tinha sumido completamente). Mais uma história para contar...

Algum tempo depois desse episódio, todos vimos que já era hora de retornar a Barbacena, não sem antes dar uma paradinha no letreiro da cidade e tirar aquela foto bem bacana! Retornamos curtindo novamente as mesmas estradas, agora em sentido inverso, que estavam um pouco mais movimentadas, num fluxo já de término de final de semana.

Mais uma para a conta das viagens em grupo!
















sexta-feira, 19 de maio de 2023

Um passeio inesperado

Por conta de um acidente com o tombamento de uma carreta de óleo na BR-040, Barbacena suspendeu o abastecimento de água e declarou Estado de Emergência. Com as atividades não essenciais suspensas no município, a escola em que trabalho encontrava-se fechada, por isso, aproveitando o dia de folga da Rochelli e buscando economizar a pouca água do prédio, decidimos almoçar fora e pegar as motos. Nosso destino escolhido foi Santos Dumont, pois lá existe um restaurante na estação ferroviária (o qual já visitamos uma vez) em um dos antigos vagões do Trem de Prata. A Rochelli verificou o restaurante nas redes sociais e confirmou que ele ainda existia.

O dia estava perfeito, com um friozinho agradável e céu totalmente limpo. Era o cenário ideal para a nossa viagem. Durante o trajeto, decidimos passar pelo traçado antigo da BR-040 na descida da Serra da Mantiqueira. Ali havia uma pequena bica com água, um lugar que me trazia lembranças de quando eu comecei a viajar para Juiz de Fora, ainda cursando a faculdade de História, pilotando minha Honda 250 Twister. O trecho estava um pouco estreito devido ao avanço do mato e alguns desmoronamentos, mas o asfalto continuava lá, em condições razoáveis. Parece que o acesso é mantido por conta de algumas fazendas da região que dependem dessa rota.

Ao chegarmos em Santos Dumont, tivemos uma surpresa desagradável: o restaurante da estação e, na verdade, toda a estação estavam fechados. Ficamos um pouco frustrados, pois estávamos contando com essa parada para almoçar. Além disso, rodando pelas ruas do centro, percebemos que minha moto estava fazendo um barulho irritante e metálico, que parecia vir da suspensão traseira.

Estacionamos as motos no centro da cidade e procuramos outro restaurante para almoçar. Encontramos um lugar chamado Cabangu Grill, que servia uma comida muito saborosa, porém com um preço um pouco mais alto do que esperávamos para o que estava sendo servido.

Após o almoço, resolvemos voltar. Antes de pegar a estrada, paramos brevemente na Leiteria São Luís para que eu pudesse verificar novamente as condições da Ténéré e o tal barulho irritante na suspensão traseira. Apesar do incômodo, seguimos viagem pelo traçado moderno da BR-040.

Ao retornarmos a Barbacena, fomos diretamente à concessionária da Yamaha, a Turinhos. Após uma verificação inicial, o mecânico sugeriu que o problema poderia estar relacionado à lubrificação do sistema Prolink da suspensão traseira. Marquei de levar a moto no dia seguinte para um diagnóstico mais detalhado.

Passeios de moto são assim mesmo, repletos de imprevistos e surpresas. Nunca sabemos exatamente o que vamos encontrar pelo caminho. Apesar dos percalços e do problema detectado na moto, esse passeio inesperado foi muito bom. Pegamos um dia estranho, com a cidade em Estado de Emergência, e transformamos em uma experiência agradável.

Cada viagem de moto traz consigo aventuras e imprevistos, mas é justamente isso que torna esses momentos tão especiais. O importante é estar aberto para aproveitar cada quilômetro rodado e criar memórias que, mesmo com contratempos, se tornam valiosas.