domingo, 28 de fevereiro de 2021

Estrada, almoço e rocambole

Este passeio foi a vez de voltarmos a uma cidade da qual havíamos gostado bastante: Resende Costa. Ótimas estradas, patrimônio histórico (rota dos inconfidentes), linda vistas do alto das lajes, artesanato e boa comida. Especialmente, queríamos voltar a almoçar no ótimo restaurante self service com comida caseria e fogão a lenha, chamado Tempero de Minas.

Considerando os cuidados que temos de tomar, arrumamos nosso kit de viagens, conferimos as máscaras (sabendo que iríamos para lugares abertos na pequena cidade) e saímos por volta das 9h. Escolhemos o trajeto via BR-040 até Carandaí, pegando a MG-275 para Lagoa Dourada. De lá, um pequeno trecho da MGC-383 até o trevo do acesso para Resende Costa.A viagem foi bem tranquila, por estradas já conhecidas, acompanhada das belas vistas dos pontos altos. Passamos pelas bucólicas localidades de Arame e Bandeirinhas. O tempo estava muito nublado, como previsto, mas foi melhorando ao longo do passeio. Não pegamos nem um pingo de chuva.

Ao chegarmos, para nossa surpresa, notamos que o Mirante das Lajes, o qual já havíamos visitado, passou por reformas. Foi feita uma plataforma sobre as pedras, deixando mais seguro para os visitantes. Talvez a alteração tenha descaracterizado um pouco o local, mas ao menos a estrutura ficou bonita e bem feita, atraindo muitos turistas, como pudemos constatar.

O plano era passarmos por ali, almoçarmos no ótimo restaurante - quase motivo maior de nossa ida, kkk - e retornarmos à laje para desfrutar mais do sossego e da vista de lá. Claro, tudo isso pequenos pretextos para, na verdade, pegarmos a estrada com a Ténéré. E assim fizemos.

Chegando ao restaurante Tempero de Minas, percebemos a mesma simplicidade e boa comida do interior de Minas. Servimos, seguindo os protocolos com máscaras e luvas e procuramos uma pequena mesa na parte externa. Deliciosa comida caseira por um preço muito em conta. Dessas preciosidades que encontramos no interior. Surpreendentemente, tivemos a companhia de duas seriemas, interessadas também pela comida, assim como da outra vez em que estivemos no mesmo local! Devem ser freguesas, as duas, kkk.

Depois do ótimo almoço, voltamos ao mirante e ficamos por lá por um bom tempo. A tranquilidade é indescritível. Aproveitamos e tiramos mais fotografias.

Recarregadas as baterias da mente e da alma, decidimos que era hora de voltarmos. Foi uma boa decisão, pois, nesta época, as chuvas têm ficado bastante intensas no final da tarde. Percorremos, desta vez, o exato caminho no retorno, não sem antes pararmos, é claro, no Legítimo Rocambole de Lagoa Dourada, para nos deliciarmos com a iguaria que já faz parte da nossa história. Ainda pedimos meio rocambole para viagem, kkkk.

De lá, foi seguir para Carandaí e depois, de volta a Barbacena. Um ótimo passeio, com direito a almoço de primeira e a sobremesa mais tradicional da região. Sempre vale a pena voltar a Resende Costa e a Lagoa Dourada!

Vamos nos manter ativos e... rodando.






















sábado, 20 de fevereiro de 2021

Velhas rotas, novas companhias

Parece que o final da pandemia e a volta à "normalidade" ainda estão muito distantes de acontecer. A situação do Brasil continua muito grave e a preocupação com o isolamento social é uma constante. Com tudo isso, nossos passeios de moto são escassos, pois a problemática é a mesma presente nas outras postagens (embora a viagem em si, de moto, não nos coloque em contato com outras pessoas, temos de ser conscientes com relação aos destinos, principalmente às pequenas localidades).

Bem, apesar de todos os elementos contrários, é preciso permanecer em movimento, seja com nossas vidas, seja com nossas rodas, não é mesmo? Felizmente, descobri recentemente que o Samuel, meu ex-aluno, havia tirado sua carteira de moto e, melhor, já estava motorizado com uma bela Honda CG 160 Fan! Em contato, combinamos um passeio curto, para explorar a sempre interessante região e sintonizar os giros dos motores. Seria muito legal apresentar as rotas que descobrimos para ele, que está começando a descobrir as possibilidades de passeios e viagens com sua motocicleta. Sempre bom ter novas companhias!

Ficamos de olho na previsão do tempo por dias, enquanto ele também verificava sua disponibilidade em relação aos compromissos de sua graduação, bem apertada. As chuvas de verão estavam praticamente diárias e resolvemos marcar o passeio para a manhã de sábado, período do dia em que a possibilidade de chover é bem menor em nossa região.

Tudo certo, eu e a minha lindinha acordamos, juntamos nosso "kit de passeio" e seguimos para o posto ponto de encontro. Abastecemos a Ténéré e logo chegaram o Samuel e a Bárbara, sua namorada. Trocamos ideia de imediato, calibramos os pneus e definimos algumas alterações na rota inicial, pois a notícia era de que as estradas vicinais estavam muito enlameadas. Melhor seria evitá-las neste primeiro passeio. Decidimos ir diretamente à Campolide, pela estrada asfaltada e lá averiguarmos o estado da antiga Linha da Oeste. O tempo estava meio esquisito e chegamos a pegar uns pingos no pequeno trajeto até lá. Eu e a Rochelli sabíamos que o Samuel e a Bárbara não estavam com roupas de chuva (nem a ideia seria persistir num passeio com tempo ruim) e, caso a chuva chegasse, remarcaríamos, sem problemas.

Em Campolide descartamos de vez a ideia de seguir pela antiga linha. O acúmulo de chuvas tinha feito muito mal à conservação da velha estrada. Alteramos definitivamente os planos e rumamos para Antônio Carlos pelo acesso principal, asfaltado, não sem antes fazer um desvio (que lembrei meio na hora) pelo bairro Roman e pela antiga Estação Sericícola de Barbacena. Um caminho sempre muito bonito.

O trajeto até Antônio Carlos foi muito tranquilo. O tempo melhorou ligeiramente e a estrada estava pouco movimentada. Passamos pelo aeroporto e por Sá Fortes. Já na cidade, optamos por parar próximo à estação e à antiga locomotiva. Conversamos bastante, tiramos fotos, aproveitando as ótimas companhias de passeio. Enquanto conversávamos tranquilos sentados em um dos bancos, notei nuvens carregadas se formando para os lados de Barbacena: era hora de voltarmos.

Saímos, e, pouco antes de Sá Fortes, uma chuva leve nos encontrou. Pensei, claro, em parar em algum lugar abrigado, lembrando que havia um posto numa distância de cerca de 500, 300 metros de onde já nos encontrávamos. O Samuel e a Bárbara foram mais espertos e viram logo uma pequena lanchonete (fechada) com uma marquise. Paramos novamente e voltamos a conversar, enquanto a chuva caía. Dessa vez, ela veio com força, o que nos obrigou a ficar ali por um bom tempo. Um "bom tempo" nas duas acepções da expressão, pois, mais uma vez, o papo foi bom: opiniões, motos, histórias engraçadas de vivências pessoais. Mal vimos o tal tempo passar enquanto a chuva, torrencial, insistia em não ceder.

Quando finalmente a chuva parou, já era por volta de meio-dia. Prosseguimos até Barbacena onde, numa última parada , nos despedimos no final de um ótimo passeio, que se transformou em uma ótima oportunidade para conversar também. Que venham muitos outros!