sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Incrível ruína

Procurando lugares legais no Google Maps e no Google Earth, como sempre faço, encontrei Dores do Paraibuna, incrivelmente perto de Barbacena e um lugar fascinante. Com nossas andanças de moto pela região, meu hábito de vasculhar mapas só aumentou nos últimos anos. É um prazer de infância que, com os recursos atuais de geoprocessamento ficou mais prático e completo.

Então, voltando ao achado: Dores do Paraibuna. Simplesmente fiquei intrigado com a foto de uma grande igreja abandonada, cercada de água do que parecia ser uma represa. Pesquisando um pouco na internet, descobri tratar-se de um distrito de Santos Dumont que fora completamente alagado quando da construção da represa de Chapéu D'Uvas, que abastece, entre outras localidades, a cidade de Juiz de Fora. Ou melhor, não completamente alagado. Situada, como a maioria das igrejas antigas, em um ponto alto do antigo distrito, o templo não foi completamente tomado pelas águas, ficando simplesmente ilhado durante boa parte do ano. A construção da represa foi acompanhada pelo deslocamento do distrito para uma área situada a nordeste, onde foi construída a Nova Dores do Paraibuna. A velha igreja em ruínas, contudo, teima em resistir à ação do tempo. 

Toda esta história, claro, criou a vontade de ver um local tão único de perto. Marquei logo como local de interesse no Google Maps, aguardando uma boa oportunidade de darmos um pulo lá. Comentei com várias pessoas: amigos, familiares. Descobri inclusive que a mãe de um grande amigo nosso, o Fred, era de lá, da Velha Dores. Tudo isso só foi aumentando nossa atenção para ao lugar e o desejo de pegar a moto. Acabou que fomos em outros lugares durante as nossas semi-férias.

Mas, seguindo nossa decisão de fazer viagens rápidas nas tardes de sexta-feira, eis que finalmente coloquei da rota de Dores do Paraibuna no GPS. Como de praxe, preparamos as coisas, cumprimos nossos horários de estágio, almoçamos e colocamos o pé na estrada. É realmente um lugar perto para nós, principalmente se considerarmos que boa parte do trajeto é feito na nossa velha e conhecida BR-040, num trecho ótimo, duplicado e que conheço a vida toda. Chegando no trevo de Santos Dumont, tomamos o rumo da estrada para a Fazenda de Cabangu, que já fomos num passeio um tanto quanto desastrado, kkkk. Dessa estrada, pega-se um retorno para a cidade de Santos Dumont num segundo trevo, tomando uma saída à direita da estrada quando próximo a um radar. Daí, passamos pelo que parece ser um bairro mais distante da cidade, com uma passagem por debaixo da linha férrea e em seguida, é terra até o distrito de Dores do Paraibuna.

A estrada estava relativamente boa, porém com muito, muito cascalho. Considerando que tinha muitas subidas e descidas, é um trajeto que exige atenção na moto. Fomos bem devagar, pois, depois de alguns quilômetros, a estrada ficou também esburacada. A passagem de alguns veículos nos dois sentidos levantava bastante poeira por conta do clima seco e com bastante calor.

Chegando ao distrito (o novo), vimos um lugar um tanto quanto abandonado. Nos lembrou a visita que fizemos ao distrito de Padre Brito, em Barbacena. Numa sexta-feira, tudo parado e com ares de decadência. Talvez o pequeno distrito não tenha, de fato, se adaptado bem à mudança forçada pela criação da represa. Casas certamente novas (a represa foi criada na década de 1980), porém mal conservadas. Algumas pessoas nas ruas nos observando e algumas casas semi abandonadas com pessoas em atitudes suspeitas. Prosseguimos. A estrada piorou muito. Agora as subidas e descidas, além de buracos, tinham grandes partes com crateras e sulcos provocados pela erosão. Minha lindinha chegou mesmo a ficar com medo em uma descida. Seguimos com cuidado, mas sem maiores percalços. Muitas subidas e descidas depois, avistamos o braço do lago da represa e, pouco mais à frente, as ruínas da igreja. No trajeto final, não tão sinistro como partes do novo distrito, avistamos carros parados e pessoas nas margens da represa. Certamente pescadores. A vista foi ficando cada vez mais bonita.

Para chegarmos à igreja velha, precisaríamos sair da estrada e descer até a margem. Eu havia mapeado o trajeto até o ponto em que se inicia a descida, sem ter certeza das condições da estrada/trilha dali para frente. Do alto da estrada, avistando a igreja, percebemos uma movimentação de uma moto no seu entorno. Percebi que era uma moto comum, de cidade (talvez uma Fazer), e aí percebi que poderíamos descer realmente. Achamos a entrada da trilha e descemos. Cruzamos com a tal moto, que levava também duas pessoas. Beleza. Mas a trilha era sofrível: estreita, repleta de pedras, fechada e com muita erosão. Não deve haver muito movimento por ali. Descendo com bastante cuidado, pois estávamos carregados com baús e tal, chegamos, finalmente, à igreja, que surgiu imponente à nossa frente assim que saímos da mata.

O lugar impressiona. Uma igreja grande, abandonada no meio do nada. É estranho pensar que tudo aquilo foi ativo e que existia uma comunidade ao seu redor. A represa não estava tão cheia, pois do contrário nem chegaríamos ao lugar. Dava para ver as marcas da água nos pilares da ponte próxima e que dá acesso ao antigo distrito. Chegando próximo à margem, é possível ver lajes e paredes dos antes eram casas, lojas, construções. Ao longe, percebi numa colina um cemitério, não inundado. Impossível saber se estava ativo ou não. Dentro da igreja, sinais de pessoas, vestígios de fogueiras e algum lixo deixado para trás. Também não dá para ter nem ideia do tipo de gente que quer passar uma noite num lugar como aquele. Andarilhos? Jovens atrás de alguma aventura doida num lugar em que não há nada para fazer? Usuários de drogas? Pescadores noturnos? Apenas suposições. Dentro do templo havia, num canto uma imagem dentro de um pequeno oratório. Restos de velas. Pela conservação daquilo dentro de tanta destruição, pareceu-me que moradores locais mantêm, por fé, aquele lugar de culto. Realmente, vi algumas fotos na internet do que parecia ser uma grande encontro de fiéis católicos naquela igreja, mesmo desativada. De qualquer forma, para um lugar tão ermo, há movimentação. Aproveitamos para tirar muitas fotos. O visual é incrível.

Não era, contudo, um lugar para ficar muito tempo. Além disso, havia previsão de pancadas de chuva em toda a região. Nuvens estavam ficando muito carregadas, próximas, e não seria nada agradável pegarmos um pé d'água num lugar como aquele. Facilmente aquelas trilhas poderiam ficar escorregadias e perigosas, até mesmo intransitáveis. Depois de tirarmos todas as fotos que queríamos, decidimos voltar e enfrentar novamente as estradas ruins que nos esperavam no retorno.

A volta foi tranquila, seguindo o programado, só que agora eu sabia de antemão tudo o que estava à frente. Passamos pelo novo distrito, dessa vez ainda mais deserto, exceto pela presença de muitos cavalos magros e soltos. Ao chegarmos no asfalto, prosseguimos até a Leiteria São Luiz, às margens da 040 para uma paradinha. Se chovesse ali, não haveria problema. Estrada boa e conhecida. Tomamos uns sucos que levamos e descansamos um pouco sentados do lado de fora mesmo (lá na ruína da igreja, nem havia lugar muito bom para sentarmos). Dali, foi só pegar aquele estradão de volta. Sempre bom também. A estrada estava com trânsito normal, nem vazia e nem lotada, e chegamos no tempo esperado em casa para um merecido descanso depois de mais este passeio/aventura. Quantos lugares interessantes nos rodeiam e nem fazemos ideia, não é mesmo? Já com os olhos na nossa próxima viagem!

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 20 de janeiro de 2019

Mais uma com nossos companheiros

Parque Estadual do Ibitipoca: um destino que queríamos fazer a muito tempo, mas nunca sobrava tempo. Como sempre. Mas resolvemos que iríamos num domingo mesmo. Combinamos com o Filipe e a Mariana que poderíamos sair bem cedo para curtir bastante e foi isso que fizemos. Arrumamos as coisas um dia antes, como de costume.

Acordamos bem cedo num domingo, arrumamos e ficamos esperando eles virem buscar a gente. dessa vez a Ténéré iria ficar descansando galera, perdão, kkkk. Então partimos.

Chegando em Ibertioga eu passei mal. Dei bobeira de não tomar Dramin. Deu ruim. Mas graças a Deus Mariana tinha levado. Tomei rapidinho e pronto, sem enjoos. Continuamos viagem. Eu com sono ainda, pois tinha chegado tarde de um casamento que fui fotografar. Dei umas cochiladas. Mas acho que o restante da galera não. São mais fortes que eu, kkkkk. Pegamos a estrada para Ibitipoca, bem ruinzinha em algumas partes e a Mariana disse que deu um medinho. Como estou acostumada com essas estradas, de moto, nem percebi muito.

Enfim chegamos no parque: lotado, claro. Filipe deixou a gente na fila para entrar e foi estacionar. Demos muita sorte, pois tinha apenas 40 vagas e tinha muita gente atrás da gente. Sorte. Compramos e entramos. Eu e Felipe seguimos por uma estradinha de terra até chegar no ponto de atendimento aos turistas, com maquetes e fotos do parque, onde tinha um rapaz muito educado explicando um pouco sobre tudo, bem bacana. Filipe e Mariana vieram logo depois. Resolvemos que não iríamos longe, apenas nas cachoeiras mais próximas, para não perdermos muito tempo andando e andando. Fizemos uma parada na lanchonete do parque. Eu comi um bolinho de aipim, eu adoro. E o restante do pessoal também comeu entre coisas da lanchonete e guloseimas que nós mesmos levamos.


Depois de lancharmos, resolvemos descer a ladeira, kkkk. Descemos pelas pedras, passando por um lugar lindo e bem cheio. Subimos mais até o Lago dos Espelhos, também cheia. Tiramos bastante fotos lá, mas a coragem para entrar na água faltou, kkkkkk.

Ficamos um tempo por lá e depois fomos para a Ducha, também linda. E assim aconteceu  com mais algumas belas cachoeiras. Tinha uma trilha numa pedra bem alta que queríamos ir. Mariana resolveu ficar lá em baixo. Fomos eu, Felipe e Filipe, kkkk. É, esse nome é comum na família. Tiramos muitas fotos criativas lá do alto, com a câmera top que compramos (melhor ainda). Na última cachoeira que resolvemos ir, a dos Macacos, aconteceu uma coisa inesperada. Como era uma descida um pouquinho mais ingrime, Mariana ficou com muito medo de descer, mesmo já descendo uma outra vez. Acontece! Falamos para ela voltar, para não descer sem querer. E claro, como um bom cavalheiro, Filipe ficou acalmando e fazendo companhia a ela.

Descemos eu e meu companheiro de aventura, kkkk. Tiramos bastante foto também. A subida: meu Deus. Quase morri! Chegamos no topo novamente. Estava Mariana sentada, descansando e esperando o Filipe buscar o carro lá fora. Já era hora de partir, infelizmente. Fomos ao banheiro, descansamos e saímos. Resolvemos parar para tomar um sorvete na cidade e também compramos pão de canela, que é delícia... Agora sim, prontos para voltar para Barbacena.

Pegamos a estrada. Eu dormi. Estava muito cansada. Quando acordei com uma tempestade na estrada, fiquei achando que era pesadelo, kkkk. Sério mesmo. Mas o Filipe foi devagar, com cuidado. Deu tudo certo. Enfim, Barbacena. Mais uma viagem incrível com a Mari e o Filipe como companhia. Eu tive algumas queimaduras de sol devido à lerdeza de não usar protetor e duas torcidas no tornozelo. Mas passo bem. Hahaha.

Que mais viagens como essa se repita. Foi top demais. Quarteto fantástico! Escrevendo sobre essa viagem mas já combinando outra!