domingo, 29 de dezembro de 2019

Na estrada novamente

Depois de nossa longa viagem a Guarapari, ficamos um bom tempo sem passear de moto. Muitos compromissos no trabalho, na faculdade e, sobretudo, um tempo que não ajudava. Na nossa região, choveu praticamente novembro e dezembro inteiros, variando de pancadas fortes, com trovoadas nas tardes, àquela chuva fraca e constante.

Bem no finalzinho do ano, com a melhora do tempo e o alívio da série de compromissos profissionais e de estudo, resolvemos que já havia passado a hora de voltarmos às estradas. Decidimos fazer um passeio curto, nos arredores. A princípio, daríamos um pulo em Ibertioga, mas, de última hora, resolvi alterar o destino para Senhora dos Remédios, pequeno município em que nunca havíamos estado.

Saímos pela manhã, por volta das 10h, pois sabíamos que seria um passeio curto, por estradas simples. Tomamos o rumo de Ressaquinha, via BR-040, e pegamos o sentido oeste para Senhora dos Remédios. Estradinha simples, porém bem asfaltada, serpenteando em meio à Serra da Mantiqueira. Cruzamos a ferrovia por três vezes, passando pela entrada de Simão Tamm, e iniciamos a bela descida da serra, muito sinuosa, por sinal. Lá em baixo, a localidade do Japão e, ao longe, Senhora dos Remédios, nosso destino.

Após a grande descida, chegamos na pequena cidade. A igreja matriz estava repleta para a missa de domingo, como de costume em lugares pequenos do interior. Descendo por uma das rua principais, encontramos uma grande padaria, onde aproveitamos para provar os produtos locais. Tudo muito bom e um ótimo atendimento, marca da hospitalidade das pequenas cidades mineiras por que passamos.

Aproveitamos, como sempre, para tirar fotos e conhecer brevemente o lugar, após o que retornamos pelas mesmas estradas, desfrutando as belas vistas da subida da Serra da Mantiqueira em um dia bonito de sol.

Como nosso último passeio do ano, só podemos desejar que 2020 seja repleto de alegrias, novas experiências e muitos quilômetros percorridos!

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Praia!

Com a tal da Semana de Outubro se aproximando (um feriadão artificial cuja criação sempre critiquei), começamos a considerar a hipótese fazer uma viagem grande de moto. O orçamento bastante apertado neste mês nos fez definir o único destino distante possível: Guarapari. Poderíamos ficar no apartamento dos meus pais e administrar os gastos, o que tornaria a viagem financeiramente viável para nós. A distância, de cerca de 480 Km, era enorme para nossos padrões. O plano, no entanto, dependeria de alguns arranjos de agenda e confirmação da folga que teríamos na tal semana.

Tudo visto e resolvido, comecei a verificar as rotas e a preparação a ser feita. Precisaria trocar o óleo da Ténéré e seria também muito bom realizar a troca do pneu dianteiro (já praticamente no TWI). Aproveitei a semana que antecedia a viagem para ir a um torneiro e trocar dois afastadores dos protetores de punho, que já estavam bastante enferrujados. Os protetores, comprados no Mercado Livre, são muito bons, mas os afastadores foram confeccionados em material de baixa qualidade.

Durante esses preparativos, também começamos a sondar possíveis companhias para a grande jornada. Filipe e Mariana estariam trabalhando. Pedro e Luíza estavam chegando de uma grande viagem e também voltariam a trabalhar. O tio Célio sinalizou que poderia sim ir conosco, mas não poderia ficar durante toda a semana. Planejávamos viajar no domingo, com retorno previsto para o sábado. Tio Célio voltaria na quinta-feira, caso realmente fosse.

Minha lindinha trabalharia como fotógrafa em um casamento no sábado, véspera da viagem, o que certamente determinaria nosso horário de saída. Abasteci completamente a moto com gasolina aditivada, calibrei os pneus e apertei a suspensão traseira ao máximo, considerando todo o peso que carregaríamos. Por sorte, o evento do trabalho da Rochelli terminou cedo no sábado e assim pudemos terminar de arrumar os baús e acertarmos nossa saída para as 6h da manhã de domingo. Por azar, minha noite foi péssima. Dormi muito pouco com crises de tosse e refluxo. Parecia que alguma virose estava vindo para ficar, o que não era nada bom, considerando as muitas horas de viagem que teríamos pela frente.

DIA 1 - DOMINGO

Às 5h da manhã acordamos. Eu estava me sentindo péssimo, até com uma certa ansiedade, por ter dormido tão mal. Minha lindinha, como sempre me apoiou e fomos pegando tudo com bastante calma. A Ténéré totalmente preparada nos aguardava. Foi subir, dar a partida e sair. À medida em que tomávamos o caminho rumo a nosso distante destino, eu ia melhorando e tudo ia ficando mais agradável. Um ar fresco da manhã de tempo ótimo de domingo motivava curtir bastante cada quilômetro rodado. Pegamos a conhecida BR-040 rumo a Juiz de Fora, depois a saída para BR-265, passando por Santa Bárbara do Tugúrio, Rio Pomba, Piraúba, Astolfo Dutra, Dona Euzébia e Leopoldina (onde encontraríamos com o Tio Célio, que viria fazendo um trajeto diferente, partindo de Juiz de Fora).

A viagem transcorreu de forma bem tranquila. Conhecíamos todo o trecho até pouco depois de Rio Pomba. Depois, foi seguir o GPS e ficar atento a todos os detalhes, inclusive os muito radares instalados ao longo da estrada. As condições dos asfaltos eram boas. As estradas simples, porém decentes. A Ténéré estava bem pesadona, mas o ajuste de suspensão foi perfeitamente adequado, deixando a moto com ótimo comportamento, apesar de toda carga.

Chegando em Leopoldina, desviamos brevemente do caminho visando o ponto de encontro combinado com o Tio Célio: o posto da Polícia Rodoviária Federal. E, como estávamos um pouco adiantados em relação à previsão de horário que demos a ele, resolvemos fazer uma breve parada em uma boa lanchonete à beira da estrada para tomarmos um café. Descansados, prosseguimos e encontramos o Tio Célio com sua Transalp no posto da PRF, conforme combinado. Um gás a mais e um apoio precioso para nós nesta viagem. Seguimos, agora pela BR-116 até Muriaé.

A BR-116 é uma boa estrada, mas não duplicada e com movimento intenso. Ao chegar a Muriaé, tomamos o rumo do Estado do Rio de Janeiro. Paramos pouco antes da divisa em Patrocínio do Muriaé, para esticarmos um pouco as pernas. Já no Rio prosseguimos pela BR-356 até Itaperuna, onde fiz minha parada de abastecimento, já no limite de segurança de autonomia que geralmente obedeço: 300 Km. De Itaperuna, viramos para o norte, buscando a divisa com o Estado do Espírito Santo, em Bom Jesus do Itabapoana.

A partir daí, a estrada ficou péssima. Obras de duplicação até Apiacá deixaram o piso com aqueles sulcos profundos, de corte no asfalto, muito perigosos para motocicletas. Apesar da instabilidade, passamos Apiacá e Ponte do Itabapoana, alcançando a BR-101, onde fizemos outra parada (esta um pouco mais demorada) na lanchonete que se situa no trevo de acesso à rodovia.

Após a parada, era trafegar pela 101, uma estrada com bom piso, atualmente privatizada, mas sem duplicação e com movimento intenso, inclusive de caminhões. O plano original seria seguir seu traçado até a saída para Piúma, alcançando, finalmente, o litoral do Espírito Santo. Tio Célio sugeriu que pegássemos a saída para Marataízes, bem anterior, e rodássemos mais pelas estradas litorâneas. Isso nos daria a chance de conhecermos Marataízes, Itaoca e Itaipava, além das praias de Piúma, Anchieta e Meaípe, pelas quais já passaríamos antes de alcançar nosso destino final. Topamos na hora. Ao deixar a 101 pegamos a estrada de acesso a Marataízes. Depois de uns quilômetros, uma grande ventania deixou nossa viagem lenta. Balançava muito as motos. Parece que, por estarmos muito pesados, sofremos menos do que o Tio Célio.

O contato com o mar, a brisa, é sempre incrível. Mas a ventania continuou a nos castigar enquanto passávamos por Marataízes. Seguimos pelo litoral cortando as rajadas de vento e balançando bastante até chegarmos a Itaoca, praia de que o Tio Célio gosta muito e cuja orla fez questão de nos mostrar. Ao passarmos na rua à beira-mar havia bancos de areia. Um em especial ocupava toda a parte pavimentada da rua. Ao passar, a Transalp do Tio Célio perdeu a tração traseira e, com o descontrole da aceleração, quinou bruscamente à esquerda. Acertou em cheio um poste logo ao lado. Que grande azar e susto! Paramos. A Rochelli desceu primeiro. De alguns poucos metros de distância, vimos que o Tio Célio estava aparentemente bem. A moto, no entanto, bem avariada. Passei com cuidado sobre a areia e parei a Ténéré. Pensamos no que fazer. A Transalp estava com a direção comprometida, agarrando no painel. Depois de conversar (inclusive com um solícito salva-vidas, que nos contou que outra moto já havia caído no local, mais cedo), descartamos a possibilidade de seguir até Guarapari, como planejado. O Tio Célio conhecia uma pousada a poucas quadras dali e resolveu ficar mesmo em Itaoca, praia que ele já conhecia, para pensar com calma no que fazer e, eventualmente, contatar algum guincho para Guarapari ou mesmo diretamente para Juiz de Fora. Ficamos chateados, pois foi uma pena, um azar danado. Mas era mesmo a melhor opção. Eu e a Rochelli seguiríamos sozinhos agora até Guarapari. Faltavam apenas cerca de 50 Km.

Após nos despedirmos seguimos pela estrada litorânea até Piúma. O vento, implacável, só começou a diminuir quando passamos Anchieta. Com as paradas e o imprevisto em Itaoca já passava das 15h. Chegamos finalmente no apartamento em Guarapari e descarregamos tudo. Nossa, que viagem incrível. Infelizmente, o Tio Célio não estava ali conosco. Mas não iríamos deixar isso nos aborrecer. Manteríamos contato e encontraríamos alguma solução. Certamente, ele procuraria relaxar lá em Itaoca, depois do susto por que passou.

Não estávamos tão cansados quanto imaginamos que estaríamos ao chegar. Abrimos o apartamento todo para ventilar e saímos para o supermercado, para comprar coisas básicas. Neste dia, ainda demoramos a dormir, empolgados que ficamos por tudo o que vivemos.

DIA 2 - SEGUNDA-FEIRA

Após uma noite de sono (não tão boa para mim, pois comecei a ter uma tosse insistente), tomamos café e nos preparamos para pegar uma praia. Neste primeiro dia por lá, ficaríamos na Praia do Morro mesmo, evitando sair de moto, para termos um descanso de toda a viagem. Não tivemos notícias do Tio Célio.

A praia estava ótima. Nem muito cheia e nem completamente vazia. Curtimos bastante. Voltamos ao apartamento para tomarmos banho e depois saímos para almoçar, num restaurante simples, mas muito bom e bem perto de onde estávamos. À tarde, caminhamos pela praia e aproveitamos o comércio e o movimento local.

À noite, o Tio Célio nos avisou que estava negociando um guincho diretamente de Juiz de Fora, para retornar com a moto nos próximos dias, provavelmente na quarta-feira. Decidi que no dia seguinte, pegaria a moto novamente para ter com ele em Itaoca, antes do retorno dele para Minas Gerais. A Rochelli concordou e assim combinamos: mais um dia de estrada.

DIA 3 - TERÇA-FEIRA

No dia seguinte, tomamos café, pegamos algumas coisas e saímos rumo a Itaoca. O centro de Guarapari estava bem cheio e vencê-lo foi demorado.

Não estava a ventania do primeiro dia e a viagem foi bem mais tranquila. Pudemos aproveitar bem as paisagens ao longo do caminho. Belas praias, vegetação e relevo muito diferentes dos vistos na nossa região mineira. Já que viajaríamos novamente, marquei alguns pontos de interesse para que pudéssemos explorar. Paramos em um deles, o IPCMAR, na cidade de Anchieta. Trata-se de um instituto de preservação com foco nas tartarugas marinhas. Fomos muito bem recebidos por um jovem guia, que nos contou (e mostrou) muitas coisas interessantes sobre as tartarugas marinhas. Não estava na época de atividade nos ninhos dos animais e a sede também não possuía animais vivos, contudo, havia muita informação disponível, animais preservados e maquetes, contando um pouco de interessantes aspectos da vida marinha. Vale a pena a visita! 

Rodamos até Itaoca e procuramos a pousada onde o Tio Célio se hospedou. Encontramos o lugar, mas ele não estava lá. Com indicações de um senhor, seguimos para a praia e o encontramos. Estava bem e aproveitando a praia. Que ótimo.

Voltamos para a pousada, onde pudemos ver com calma os danos na Transalp e conversar bastante. Tio Célio nos disse que confirmou com um guincho de Juiz de Fora e que iria embora no dia seguinte, quarta-feira. Não era o desfecho que queríamos, mas foi muito bom vê-lo bem e curtindo a praia. Não dá para ficar se lamentando pelo que aconteceu. Viagem é isso. Viagem de motocicleta, mais ainda. Depois de um bom papo, nos despedimos e voltamos para Guarapari, onde aproveitamos o restante do dia.

DIA 4 - QUARTA-FEIRA

Na quarta-feira resolvemos pegar a moto para irmos à Praia de Santa Mônica. É uma praia geralmente com águas mais calmas e também menos badalada do que a Praia do Morro, onde estávamos. Como não sabíamos se haveria alguém por lá, preparamos uma cesta térmica com alguma coisa para comer e beber. Levamos também uma caixinha de som emprestada pelo meu pai, ótima, por sinal.

Ao chegarmos a Santa Mônica, procurei pelo acesso à praia (contrariamente ao que acontece na Praia do Morro, não há rua ao longo da orla, mas sim, vias de acesso) no local onde geralmente passava minhas férias em família na infância. Encontramos o local, com um bar chamado Ali Babá, kkkk. Estava bem mais vazio, mas não deserto. E o bar estava funcionando! E mais: tocando um ótimo som, com repertório todo da década de 80! Nem ligamos a caixinha de som. Minha lindinha adorou a praia e eu também pude lembrar como é um lugar interessante, com uma faixa de areia com pouquíssima inclinação. Dá para entrar praticamente mar adentro, kkk. E as ondas vêm quebrando longe, percorrendo um longo percurso, perfeito para pegar jacarés.

Depois de um ótimo dia de praia, retornamos, almoçamos e descansamos no restante da tarde. No início da noite, resolvemos ir ao centro de Guarapari para visitarmos algumas feiras e as praias badaladas de lá. Foi interessantíssimo poder subir uma ladeira, após visitarmos a feira de artesanatos do centro, e nos depararmos com duas igrejas antigas: as ruínas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de 1585! Ótimos pontos para fotos, repletos de história!

No final do dia, recebemos mensagem do Tio Célio informando que já estava em Juiz de Fora. Tudo certo.

DIA 5 - QUINTA-FEIRA

A princípio, e aproveitando o fato de estarmos motorizados em Guarapari, tínhamos a ideia de visitarmos mais praias. Uma delas seria a de Setiba. Entretanto, Santa Mônica tinha sido tão agradável que resolvemos repetir a dose. Ao amanhecer de quinta-feira tomamos nosso café, pegamos nossas coisas, ligamos a moto e fomos direto para lá. Levamos menos coisas e deixamos até a caixinha de som no apartamento, já sabendo que o Ali Babá estava aberto e provendo nossa estadia de música de qualidade (e num volume não perturbador, kkk). 

Chegando lá, o bar estava fechado. Fazer o que, né. Mesmo assim, decidimos ficar por ali mesmo e aproveitar aquela praia maravilhosa. Neste dia tudo estava ainda mais vazio e tínhamos a praia praticamente só para nós, ao menos naquela parte específica. Mais um dia para esquecer os problemas e relaxar. Alguns vendedores ambulantes passavam de vez em quando e, dessa forma, não ficamos desabastecidos. Aproveitamos principalmente os deliciosos picolés vendidos na região.

Mais uma vez retornamos, almoçamos e aproveitamos uma tarde tranquila nas redondezas do apartamento, que possuem um comércio muito bom. Destaque especial para uma sorveteria nova administrada por um casal de mineiros, muito simpáticos. Batemos ponto por lá em muitos dias de nossa estadia em Guarapari.

DIA 6 - SEXTA-FEIRA

O dia seguinte representava nosso último dia na praia e a véspera do retorno. Por tais motivos, resolvemos que ficaríamos ali por perto, na Praia do Morro mesmo, pela manhã, e foi exatamente o que fizemos. Foi um dia em que não nos preocupamos muito em entrar na água, mas sim curtir a companhia um do outro. Conversamos muito, o que é sempre bom para um casal que se ama e adora passar tempo junto. A cada viagem, estamos mais conectados. Já se vão praticamente cinco anos de companheirismo!

Depois do almoço habitual no nosso restaurante predileto dessa viagem, comecei os preparativos para o retorno: ajuste da suspensão da moto novamente para a grande carga, lubrificação da corrente e abastecimento prévio num posto confiável. Arrumamos tudo no apartamento e também toda a nossa bagagem. Depois de tudo arrumado, relaxamos assistindo algumas séries no Netflix com o Chromecast ligado à TV. No dia seguinte, muita estrada nos aguardava.

DIA 7 - SÁBADO

Para o retorno, acordamos às 5h. Decidimos pegar outro trajeto, saindo diretamente de Guarapari para a BR-101, evitando todas as praias (apesar de eu ter marcado em meu GPS de trilha a rota passando por Anchieta e Piúma). Outra alteração seria pegarmos a estrada de Santo Eduardo em direção a Bom Jesus do Itabapoana, atravessando maior parte do Estado do Rio de Janeiro e evitando o asfalto sulcado das obras rodoviárias de Apiacá.

Saímos com o dia fresco e rapidamente alcançamos a 101 novamente, estrada pela qual rodaríamos, neste novo percurso, cerca de 150 Km até o trevo com a ES-297. Estrada movimentada e simples, mas a viagem transcorreu de forma tranquila. Carregamos nossos comunicadores e conversamos bastante (as baterias durariam por toda a viagem de retorno).

Alcançado o trevo, fizemos nossa primeira parada na lanchonete, onde tomamos um café. Seguindo pela estrada capixaba, alcançamos Ponte do Itabapoana, lugar onde alteramos nossa rota atravessando para o Rio de Janeiro e a pequena cidade de Santo Eduardo, buscando um asfalto mais decente nas estradas fluminenses. Foi uma decisão acertada, pois, apesar de alguns quebra-molas, não encontramos os problemas vistos na estrada de Apiacá. Belas paisagens e em pouco tempo alcançamos Bom Jesus do Itabapoana, seguindo nosso percurso até Itaperuna, nossa parada, assim como na vinda, para reabastecimento.

O calor começou a apertar por aquelas bandas e, como barbacenenses, sofremos um pouco com nossas roupas de viagem. Rodando nas estradas, a temperatura ficava agradável. O problema foi vencer cidades, com trânsito lento. Por sorte, a parte central de Itaperuna estava bem tranquila e rapidamente já estávamos na estrada que leva a Muriaé.

Chegando em Muriaé, paramos novamente em uma lanchonete de um posto. Seria uma parada breve, apenas para esticarmos um pouco as pernas. Mas acabamos ficando por lá uns 15 minutos.

Seguimos agora pela BR-116 até Leopoldina, onde tomamos a direção de Cataguases, Astolfo Dutra e Piraúba. Chegando em Piraúba, certo cansaço bateu, muito pelo calor que ainda fazia, apesar de estarmos sentido aquele cheirinho de Minas Gerais, kkk. Paramos novamente por lá, em um pequeno bar/lanchonete. Mais uns 15 minutos de descanso e ficamos prontos para o trecho final, que incluiria a já conhecida subida da Serra de Santa Bárbara.

As curvas foram ficando cada vez mais familiares, apesar da piora da estrada, que se tornava mais simples a cada quilômetro percorrido. A subida da serra trouxe o ar fresco de nossa região. Alcançamos nossa querida BR-040, atravessamos o pedágio e desfrutamos os minutos finais dessa incrível jornada. Havíamos chegado. Foi ótimo poder chegar em casa e encontrar nossas gatas, que morriam de saudades. Foram cuidadas pela Mariana, pelo Filipe e por meu pai, em nossa ausência. Valeu, gente! Muitos contribuíram para o sucesso de nossa viagem.

Em nosso apartamento, ajeitando as coisas, custava a cair a ficha de tudo o que vivemos naqueles dias, de quantos quilômetros percorremos. Tomamos banho, descansamos e saímos à noite para comemorar, comendo um delicioso hambúrguer artesanal no Morada. Ótima forma de celebrar e nos sentir novamente em casa!