domingo, 1 de setembro de 2019

Nas lajes

Nas redondezas, uma das poucas cidades dos caminhos percorridos pelos inconfidentes que não havíamos visitado era a pequena Resende Costa. Há tempos o município figurava em nossa lista de lugares a se visitar. Nunca tive muitas informações sobre o que encontraríamos lá, portanto, fui aos preparativos: ver as rotas possíveis e mais interessantes, bem como os atrativos locais.

Num domingo de tempo ótimo, com céu azul e sem nuvens, saímos, logo pela manhã. O caminho escolhido para a ida foi passando por Barroso e São João del-Rei. Após esta última cidade, saímos da BR-265 e pegamos um trecho da BR-383, ainda desconhecido por nós, saindo de São João até o trevo de acesso à estrada de Resende Costa. Estradas muito bonitas, principalmente esta última, simples e com paisagens vastas, vistas de morros altos. Também bem mantida, com asfalto em condições muito boas. Em muitos trechos, era possível avistar o lado contrário da Serra de São José, atrás da qual pousa a cidade de Tiradentes.  Foi ainda interessante cruzar, sob um enorme viaduto, com a linha da Ferrovia do Aço.

Ao chegar à pequena cidade, notamos uma estrutura grande de artesanato, dedicada em grande parte a artigos tecidos como colchas, almofadas e redes, aberta em pleno domingo. Tudo muito organizado e bonito, com lojas que se situavam na rua principal acessada pela rodovia, ascendendo ao centro. Neste, como de costume em pequenas cidades mineiras, a igreja matriz reinava absoluta, circundada por uma pequena, mas bela praça, na qual paramos para descansar. Como já havia estudado a cidade antes da viagem, sugeri que fôssemos visitar as famosas lajes, que são mirantes fundados em rochas com vistas para o oeste (Mirante das Lajes) e para o nordeste (Lajes de Baixo). Ah! Resende Costa é a terra das lagartixas e esculturas dos simpáticos bichinhos estão espalhadas pela cidade!

No belo Mirante das Lajes, descansamos bastante e aproveitamos, como sempre, para tirar muitas fotos. Estava acontecendo uma festa religiosa na igreja matriz (Nossa Senhora da Penha de França), que estava repleta de fiéis. O mirante é realmente muito bonito e nos dá a dimensão da paisagem da região. Turistas perambulavam pelas pedras fazendo diversas poses, mas o lugar estava longe de estar lotado. Sossego bom. Saindo deste mirante, descemos a rua principal colina abaixo, até a igreja de Nossa Senhora do Rosário, igualmente bonita, mas singela, como a maioria das igrejas do Rosário. De lá, voltamos por outra rua, de certa forma paralela à primeira, e chegamos, por uma viela perpendicular às Lajes de Baixo, com mais uma ótima vista da região.

O horário do almoço já se aproximava e batia já a necessidade de procurarmos algum lugar para uma boa refeição. Depois de rodarmos um pouco, encontramos um ótimo restaurante na estrada de acesso à cidade, pelo qual havíamos passado quando chegamos. Ótima comida mineira, caseira, no fogão a lenha. Almoçamos muito bem a um preço muito em conta e com um atendimento muito atencioso, de primeira. Como companhia especial, logo ao lado da pequena varanda onde se situava nossa mesa, um par de seriemas curiosas.

Felizes, descansados e conectados um com o outro, tomamos o caminho de volta para casa. E não seria o mesmo. Saímos de Resende Costa e pegamos a BR-383 no sentido norte, rumo a Lagoa Dourada. Claro que, passando por lá, demos aquela paradinha no Legítimo Rocambole de Lagoa Dourada. Minha lindinha pediu seu especial de morango. O lugar estava simplesmente abarrotado de pessoas, com as atendentes se esforçando muito com todos os pedidos. Ficamos calmamente no lugar, apesar de todo o burburinho. 

Ao final, já era hora de voltar, agora pegando a estrada para Carandaí e, depois, a velha BR-040. Em pouco tempo estávamos de volta, com mais um passeio magnífico na bagagem.