domingo, 9 de agosto de 2020

Uma nova estrada

Este sábado foi dia de retomar os passeios. Com toda essa loucura de pandemia, seguimos as orientações e ficamos em casa. Mas o desejo de pegar a moto e voltar a fazer passeios foi ficando cada vez maior. Como conciliar as coisas?

É claro que pegar a moto e seguir por uma estrada, para lugares vazios, campos, paisagens, não representará risco para nós mesmos e nem para ninguém. Mas grande parte de nossas saídas passa por visitar pequenos lugarejos, praças, locais de gente simples. Não podemos expor essas pessoas, ajudando a disseminar um vírus que se revelou mortal principalmente para os mais vulneráveis. E ainda existem as barreiras sanitárias, adotadas por várias pequenas cidades da região.

Daí veio a ideia. O importante é pegar uma estrada. Ver paisagens. Então, procurei uma rota improvável, ao menos para nós, sediados em Barbacena. Uma estrada pela qual provavelmente jamais passaríamos. Mas sem grandes riscos em se tratando de período de pandemia, e que seria interessante mesmo sem "adentrar" às pequenas cidadezinhas. Uma rota com uma boa estrutura e boas paradas ao longo da estrada (além de postos de gasolina, pois a Ténéré estava cheia de álcool, com a autonomia reduzida).

Assim, saímos e tomamos a BR-040 rumo a Juiz de Fora, mas desviamos para a Serra de Santa Bárbara, sinuosa e conhecida. A conservação da estrada já está deixando a desejar, com alguns remendos mal feitos e tal, justo num trecho tão perigoso. Avançamos, passando por Santa Bárbara do Tugúrio, os trevos de Mercês e até chegarmos em Rio Pomba. As estradas até que estavam movimentadas, principalmente para um sábado (e para um contexto de pandemia, que não está sendo muito levado a sério no Brasil).

Em Rio Pomba, pegamos a estrada que vai para Tabuleiro e segue para Juiz de Fora, passando pelas entradas de Piau e Coronel Pacheco. Nunca pensaríamos em ir a Juiz de Fora por uma estrada tão doida (para nossa localização) e num percurso tão mais longo. Mas valeu. Cada quilômetro percorrido. Depois de Rio Pomba, nos deparamos com uma estrada muito bonita, com traçado bem tranquilo e fluido, além de um piso impecável. O dia também ajudou muito com poucas nuvens e uma luz incrível de inverno.

Passamos por Tabuleiro, sem entrarmos na pequena cidade, infelizmente. Mas foi possível curtir todo o passeio. Aquela coisa: o bom da viagem de motocicleta é a própria viagem e não chegar ao destino. Cada vez mais essa máxima de motociclistas se torna mais verdadeira e mais real para mim. Minha lindinha também curtiu bastante o passeio, durante o qual fomos conversando o tempo todo com nossos comunicadores.

Fizemos uma pequena parada em um restaurante da estrada, mas ainda não estávamos com fome para almoçar. Foi mais para esticarmos as pernas um pouco. Aproveitamos para mudar o suporte da GoPro (agora lá na frente, próximo ao farol) e seguimos nosso passeio. Passamos a entrada de Piau, as instalações da Embrapa, o trevo para Coronel Pacheco e chegando já próximo a Juiz de Fora, desviamos pela variante que nos traria de volta a 040, próximo à fábrica da Mercedes Benz.

Antes de retornarmos por nossa conhecida BR, paramos na lanchonete e restaurante Graal (antigo Silvio's). Descansamos, conversamos, comemos e abastecemos a moto para o retorno. Tudo tranquilo e revigorante. O retorno, ótimo, serviu para culminar o passeio que renova o espírito e a esperança, por nos colocar em contato com um mundo tão belo, o qual negligenciamos com frequência em nossas rotinas diárias.

Vamos tentar manter a frequência!


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