Esse domingo foi mais um dia de passeio solo. A Rochelli já tinha combinado um jogo de vôlei, e eu queria muito dar uma rodada de moto para espairecer. No sábado, que teve a feira cultural da escola, trabalhei bastante, mas consegui descansar um pouco à tarde e à noite. Mas nada como uma estrada para recompor o espírito.
Não escolhi nenhum destino especial, apenas queria rodar por algum lugar legal e tranquilo. Acordei cedo, naturalmente, e o tempo estava frio e nublado, mas isso não me impediu de sair ainda bem cedo. Por volta das 7h30min já estava na estrada, seguindo rumo a Tiradentes e São João del Rey pela BR-265. Sabia que por ali não havia muitos lugares para lanchar, mas achei que seria um domingo legal para explorar aquelas bandas.
No GPS, coloquei como destino São Sebastião da Vitória, uma pequena cidade depois de São João del-Rey, que eu sabia ter várias lanchonetes. Seria um bom lugar para um café da manhã, se eu ultrapassasse os trevos de Tiradentes e São João, mas bem poderia ser que eu optasse por algum desvio via Prados e Lagoa Dourada e seguisse por alguma outra estrada também. A 265 estava tranquila, com pouco movimento, e apesar do frio, a roupa de viagem protegia bem. Usei luvas com os dedos cortados, pois a previsão era de que o sol abriria por volta das 10 horas. No trajeto, acabei alterando para as luvas inteiras, para ter mais conforto, já que o frio e cerração foram persistindo, apesar do avanço das horas.
Curti cada curva da estrada, passei Tiradentes e São João. Chegando em São Sebastião da Vitória, resolvi passar a cidade e parar no Pão de Queijo du Rei, uma lanchonete que acabamos conhecendo através do pessoal do grupo de motos. Pedi o tradicional café com leite e pão de queijo recheado. Lá soube que estava rolando um encontro de motos em Carrancas, o que explicava algumas motos no caminho. Na lanchonete, vi uma moça com uma Ténéré 250 um pouco mais nova que a minha, também sozinha, aparentemente voltando do encontro. Depois do café, segui viagem com a ideia de ir para um lugar ainda mais distante, de preferência novo para mim. Então coloquei no GPS Bom Sucesso, que renderia uma estrada diferente e uma passagem por lugares novos.
Segui pela BR-265 por vários quilômetros, passando acessos para estradas de chão para lugares por onde já tinha passado. Peguei rumo oeste até o acesso para Nazareno, entrando ali. Dali em diante, seria novidade. Rodei uns seis, sete quilômetros e já estava em Nazareno. Passei pelo centro, tudo muito parado, e vi uma placa indicando um Santuário. Curioso, fui até lá e encontrei uma grande igreja cheia de gente, provavelmente na missa. Aproveitei para tirar algumas fotos. Fiquei pouco tempo e segui rumo à próxima cidade, Ibituruna, a cerca de 15 a 18 quilômetros dali. A estrada foi ficando mais simples e remendada, sem acostamento, mas bonita, com muitas plantações ao redor.
Chegando em Ibituruna, cidade aparentemente pequena, fui até o centro e parei numa praça bem cuidada, com crianças brincando. Tirei fotos, afinal nunca tinha passado por ali. Lembrei que no caminho à frente teria acesso à antiga Linha da Oeste e à famosa estação de Aureliano Mourão, inclusive cruzando mais uma vez o Rio das Mortes, mas o acesso era de terra e eu não sabia das condições, então resolvi seguir pelo asfalto na direção de Bom Sucesso. A estrada foi melhorando, e avistei uma serra bonita que parecia dividir os municípios. A estrada atravessava a serra por uma abertura na mesma subindo somente um pouco. Vi o acesso para Aureliano Mourão, mas decidi que ainda não era hora de explorar por ali e segui vviagem.
Chegando em Bom Sucesso, vi uma cidade maior e muito bem cuidada. Logo na entrada, um painel luminoso de boas-vindas e uma avenida larga com canteiro central que levava ao centro. Procurei um lugar para comer, mas passei a região central, que estava todo decorado para festa junina, com barraquinhas. Depois de algumas voltas, encontrei uma padaria grande e bem equipada, com pessoal muito simpático. Parei para um lanche, pedindo mais um pão de queijo e café, já que ainda era por volta das 11h da manhã e eu não estava com vontade de almoçar.
Aproveitei o momento para relaxar, curtir a padaria e dar uma rodada pelo centro para conhecer melhor. Tirei fotos no local da Festa Junina e logo quis voltar, pois minha ideia não era ficar muito tempo ali. O dia foi esquentando lentamente, e a volta foi feita pelo mesmo trajeto, agora com sol, numa viagem tranquila e prazerosa que só uma boa estrada pode proporcionar.
No retorno, passei pelas mesmas cidades: Ibituruna, depois Nazareno, e logo estava de volta à BR-265. Segui a estrada principal até São João del-Rey. Ainda tive tempo de fazer uma parada rápida para comer um rocambole e tomar mais um café — definitivamente, um dia para muito café e pão de queijo. Conversei com a Rochelli pelo telefone e acabei comprando um rocambole para nós dois, para viagem.
O trecho final de volta era uma parte bem conhecida da estrada até Barbacena. Viajar de moto é isso: curtir o caminho, não apenas o destino. Mas passar por lugares novos é sempre legal, assim como descobrir estradas e pessoas. Nos locais onde parei, pude conversar brevemente com algumas pessoas, seja em São Sebastião da Vitória, Bom Sucesso ou São João del-Rei. Em todos esses lugares, o atendimento foi muito legal e as pessoas, simpáticas.
Chegando em Barbacena por volta das 14h, senti-me leve, nem tão cansado fisicamente, apesar de ter rodado quase 300 km. A cabeça fica descansada, e isso traz paz.
Esse foi um daqueles passeios diferentes do que a gente estava imaginando. Ao longo da semana, eu e a Rochelli estávamos pensando em andar de moto no sábado, e alguns destinos possíveis seriam as cidades de Moeda e Belo Vale, para ela conhecer a estrada de serra que tem por lá. Mas também, ao longo da semana, o grupo do pessoal de moto no WhatsApp começou a propor algumas ideias bem doidas. Uma delas consistia em ir a São Lourenço para um encontro no formato bate-volta. Achei meio extremo por conta da distância e da impossibilidade de aproveitar a cidade, que é bem legal. Então mantivemos nossa ideia inicial de ir a Moeda e Belo Vale em casal mesmo.
No entanto, na sexta-feira, o pessoal começou a falar de um encontro de moto que haveria em Juiz de Fora. A galera animou a dar um pulo ali pertinho, a cerca de 90 km de Barbacena.
Quando fomos saber mais, nem parecia um grande encontro, mas sim um pequeno encontro de um motoclube que faria um percurso pela cidade, desde o bairro Salva Terra até o Jardim Norte, no shopping. Combinamos de encontrar o Alex, a Rochelle, a Maria, o Paulo e a Natália no Nosso de Queijo, logo na saída de Barbacena. O Alex e a Maria vieram juntos numa moto, e o irmão dela, Jésus, em outra.
Quando saímos, a Rochelli e eu fomos mais cedo, porque precisávamos abastecer. O dia estava frio e bastante nublado, mas agradável para viajar de moto com as roupas de viagem. Pegamos a BR-040 e seguimos para o Nosso Pão de Queijo. Lá, tomamos café, e logo depois chegaram o Alex com a Maria e o Jésus, além do Paulo com a Natália. Seguimos para Juiz de Fora pela 040 e fizemos uma ótima viagem. Entramos na cidade pela última entrada, no Salva Terra, e paramos num posto pelo caminho para o Alex e o Paulo abastecerem.
Depois, passamos pela região das concessionárias de Juiz de Fora, onde o Jésus quis dar uma olhada num carro. Ficamos parados por um tempo e seguimos para o centro, até avistar uma grande aglomeração de motociclistas, que parecia ser o encontro. O evento era promovido pelo Motoclube Insanos, com muita gente reunida. Acho que nunca tinha visto tanta moto reunida. De pequeno, o encontro não tinha nada. Acabamos errando o ponto de parada e tivemos que fazer alguns retornos para entrar atrás do pelotão. Ficamos ali um tempo, o que foi um pouco chato, pois a ideia é sempre andar de moto, não ficar parado. Depois, o pelotão seguiu para a Av. Independência (hoje Av. Presidente Itamar Franco), depois pegou a Av. Rio Branco e seguiu pela Av. Brasil até o Shopping Jardim Norte. O grupo não pilotou de forma muito coesa, e apesar do fechamento do trânsito pela polícia e Guarda Municipal, a coisa se dispersou um pouco.
Ao chegarmos no encontro, para nossa surpresa, era preciso ter feito um cadastro, o qual não tínhamos. Então não podíamos estacvionar dentro do evento que acontecia próximo à loja Havan, mais precisamente no estacionamento do Shopping Jardim Norte. Seguimos para um estacionamento alternativo na Havan, mas para nossa surpresa, o valor era de R$12 por hora. Com isso, o pessoal desanimou. Saímos de lá rapidamente, dentro da tolerância dos 15 minutos, e conseguimos parar num prédio comercial fechado, num local meio esquisito próximo à rodoviária. Trancamos bem as motos para ficarmos mais tranquilos, já que estavam fora de um estacionamento protegido.
Demos uma passada rápida no evento, mas como o pessoal já estava com fome, seguimos para o shopping, onde pudemos comer e conversar um pouco. Saindo do shopping, passamos novamente pelo evento, mas ficamos pouco tempo porque o Paulo e a Natália precisavam voltar para Barbacena até as 16 horas. Como não era muito nossa praia ficar parado num encontro e já havíamos feito um passeio legal de moto, eu e a Rochelli resolvemos que era hora de voltar. O Alex, a Maria e o Jésus concordaram.
Pegamos as motos e iniciamos o caminho de volta, curtindo a estrada na tardinha, com um clima bom e uma viagem bacana.
Em pouco tempo já estávamos de volta a Barbacena, em casa, com as boas lembranças do passeio e prontos para descansar o resto do sábado. Claro que já estava na cabeça a ideia de fazer novos passeios nas próximas semanas — inclusive aquele plano inicial de voltar a Moeda e Belo Vale com a Rochelli, que ficou para a próxima vez.
Mas o que vale mesmo é a companhia do pessoal e as novas experiências. Rodar por aí, mesmo no meio da confusão de motos que encontramos em Juiz de Fora, sempre rende boas histórias para contar.
Esse sábado foi mais um dia de passeio solo. A Rochelle, apesar de estar de folga do hospital e dos plantões, acabou pegando um trabalho como fotógrafa em um casamento, o que tornaria difícil conciliar com uma saída de moto. O pessoal do grupo até cogitou sair — já estavam combinando algo desde a sexta-feira —, mas tinham compromissos e planejavam rodar apenas à tarde. Como eu queria aproveitar o dia inteiro, especialmente a parte da manhã, decidi sair mais cedo. E, dependendo de onde eles fossem, talvez desse até para encontrá-los pelo caminho.
Quando acordei, o dia estava perfeito: sem nenhuma nuvem no céu, muito claro e com um friozinho agradável, daqueles que convidam a pegar a estrada. Vários destinos me passaram pela cabeça — como Lavras Novas, Cadentes e até opções mais distantes, como Lavras ou Juiz de Fora. Mas já fazia algum tempo que eu queria dar um pulo em Santana do Garambéu novamente. Primeiro, porque a estrada até lá é simplesmente excelente: sinuosa, serpenteando por cima das colinas, com trechos íngremes e vistas incríveis da Serra de Pitipoca. Segundo, porque eu tinha ouvido boatos — e até conferido no Google Earth — sobre obras de asfaltamento na região. Isso poderia ter melhorado bastante o piso da estrada, tornando o trajeto mais confortável e, quem sabe, até asfaltado o acesso à Cachoeira da Água Limpa, segundo alguns relatos. Fui, então, rodar por aquelas bandas para satisfazer minha curiosidade — e, claro, aproveitar mais um bom dia sobre duas rodas.
Não saí muito cedo, mas a ideia já era tomar o café da manhã na estrada. Como a estrada para Campolide e Bertioga não tem muitos pontos de parada, planejei tomar café em Bertioga mesmo — e assim foi. Percorri todo o trecho até Bertioga e, chegando lá, parei em frente à Padaria do Amaral. Tomei um café com leite com pão de queijo, bem gostoso, que caiu muito bem para começar o dia.
Depois disso, segui viagem em direção à estrada para Santa Rita. Passei pelo trevo de Santa Rita e fui até a rotatória de acesso para Piedade do Rio Grande e Santana do Garambéu, tomando o rumo dessa segunda cidade. Passei por Cachoeirinha e, em pouco tempo, já estava em Santana. Até Santana, não vi nenhuma obra ou melhoria na estrada além daquelas que já haviam sido feitas até Bertioga. Apesar disso — e de alguns remendos aqui e ali — a estrada continua sempre interessante, inclusive com alguns trechos calçados com bloquetes.
Chegando à cidade, resolvi seguir direto rumo à cachoeira para ver se algo havia mudado. Desci pelas ruas mais íngremes, atravessei a ponte sobre o rio lá embaixo — se não me engano, o Rio Grande — e percebi que tudo continuava igual, aquele terrão de sempre. Como o dia estava seco e frio, imaginei logo o poeirão que ia levantar. E como eu também não tinha planos de visitar a cachoeira em si, decidi voltar e evitar aquela sujeirada.
Retornei à cidade e fiz uma parada na igrejinha de pedra no alto, que tem uma vista muito bonita. Aproveitei para descansar a cabeça, curtir o silêncio e tirar algumas fotos. Sabia que em Santana não teria muitas opções boas para comer, então, depois de um tempo ali, decidi voltar e explorar mais alguns acessos.
No retorno, passando ali pelo trevo de acesso a Santana, na comunidade do Pico, resolvi tomar a saída à direita, no sentido de Santa Rita, só para ver como era o acesso. Enquanto percorria esse caminho, encontrei uma placa com várias quilometragens e informações. Quando parei para dar uma olhada, um senhor me alertou que aquele trajeto era complicado, com muitas encruzilhadas. Agradeci o aviso. Minha intenção não era seguir até Ibitipoca por ali, mas apenas conhecer o acesso mesmo. Percorri alguns metros até o fim do asfalto, avancei um pouco no trecho de terra só para avaliar as condições da estrada, mas desde o início sabia que não era dia de encarar um off-road. Dei meia-volta, retornei à comunidade e segui novamente para Ibertioga, com a ideia de almoçar por lá.
A volta foi igualmente prazerosa, com a estrada perfeita e o dia lindo. Retornei curtindo cada curva, cada trecho do caminho. Ao chegar em Bertioga, consegui parar próximo à Igreja do Rosário, onde eu já sabia que havia um restaurante bacana e bem acessível. Estacionei logo em frente ao restaurante, chamado Sabor da Terra, e fiquei por ali, almoçando com tranquilidade, já que ainda era cedo — por volta de 11h20.
Depois de satisfeito, ainda consegui visitar a praça e o espaço em frente à igreja. Em seguida, peguei a Tenerê novamente e iniciei o retorno para Barbacena. Durante toda a viagem, mantive contato com o pessoal do grupo de moto, mas eles ainda não haviam decidido para onde iriam. Quando cheguei em Barbacena, dei uma olhada no grupo e percebi que tinham combinado de sair para almoçar. Como eu já havia almoçado em Bertioga, vi que não daria para conciliar. Acabei indo para casa, bem satisfeito com o passeio. Depois fiquei sabendo que eles acabaram indo para Juiz de Fora. Esse passeio em grupo vai ficar para a próxima — ou quem sabe um passeio com a Rochelle, quando ela tiver uma folga. Andar de moto é sempre um prazer, e ajuda a gente a se conectar com a gente mesmo.