Por conta de um acidente com o tombamento de uma carreta de óleo na BR-040, Barbacena suspendeu o abastecimento de água e declarou Estado de Emergência. Com as atividades não essenciais suspensas no município, a escola em que trabalho encontrava-se fechada, por isso, aproveitando o dia de folga da Rochelli e buscando economizar a pouca água do prédio, decidimos almoçar fora e pegar as motos. Nosso destino escolhido foi Santos Dumont, pois lá existe um restaurante na estação ferroviária (o qual já visitamos uma vez) em um dos antigos vagões do Trem de Prata. A Rochelli verificou o restaurante nas redes sociais e confirmou que ele ainda existia.
O dia estava perfeito, com um friozinho agradável e céu totalmente limpo. Era o cenário ideal para a nossa viagem. Durante o trajeto, decidimos passar pelo traçado antigo da BR-040 na descida da Serra da Mantiqueira. Ali havia uma pequena bica com água, um lugar que me trazia lembranças de quando eu comecei a viajar para Juiz de Fora, ainda cursando a faculdade de História, pilotando minha Honda 250 Twister. O trecho estava um pouco estreito devido ao avanço do mato e alguns desmoronamentos, mas o asfalto continuava lá, em condições razoáveis. Parece que o acesso é mantido por conta de algumas fazendas da região que dependem dessa rota.
Ao chegarmos em Santos Dumont, tivemos uma surpresa desagradável: o restaurante da estação e, na verdade, toda a estação estavam fechados. Ficamos um pouco frustrados, pois estávamos contando com essa parada para almoçar. Além disso, rodando pelas ruas do centro, percebemos que minha moto estava fazendo um barulho irritante e metálico, que parecia vir da suspensão traseira.
Estacionamos as motos no centro da cidade e procuramos outro restaurante para almoçar. Encontramos um lugar chamado Cabangu Grill, que servia uma comida muito saborosa, porém com um preço um pouco mais alto do que esperávamos para o que estava sendo servido.
Após o almoço, resolvemos voltar. Antes de pegar a estrada, paramos brevemente na Leiteria São Luís para que eu pudesse verificar novamente as condições da Ténéré e o tal barulho irritante na suspensão traseira. Apesar do incômodo, seguimos viagem pelo traçado moderno da BR-040.
Ao retornarmos a Barbacena, fomos diretamente à concessionária da Yamaha, a Turinhos. Após uma verificação inicial, o mecânico sugeriu que o problema poderia estar relacionado à lubrificação do sistema Prolink da suspensão traseira. Marquei de levar a moto no dia seguinte para um diagnóstico mais detalhado.
Passeios de moto são assim mesmo, repletos de imprevistos e surpresas. Nunca sabemos exatamente o que vamos encontrar pelo caminho. Apesar dos percalços e do problema detectado na moto, esse passeio inesperado foi muito bom. Pegamos um dia estranho, com a cidade em Estado de Emergência, e transformamos em uma experiência agradável.
Cada viagem de moto traz consigo aventuras e imprevistos, mas é justamente isso que torna esses momentos tão especiais. O importante é estar aberto para aproveitar cada quilômetro rodado e criar memórias que, mesmo com contratempos, se tornam valiosas.
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